Lipedema: os 5 piores mitos sobre a doença
- Dr. Gabriel Magalhães
- 17 de abr.
- 3 min de leitura

Percebo bastante como o lipedema é pouco conhecido pela maioria das mulheres, que são as mais afetadas. E mais, noto que a doença ainda é cercada de mitos e sub- diagnosticada, o que afeta muito o bem-estar físico e emocional, além de retardar o seu controle.
O lipedema é uma condição crônica e sem cura, mas com controle. A principal característica é o acúmulo anormal e simétrico de gordura nos membros, geralmente nas pernas e, em alguns casos, nos braços, causando dor, hematomas, inchaço e sensibilidade. O mais comum é que seja confundido com excesso de peso, gordura localizada e celulite.
Neste artigo, eu vou esclarecer os 5 piores mitos sobre o lipedema e apresentar a verdade por trás de cada um deles. Será que algum deles tem te enganado?
Mito 1: Lipedema só acontece com quem está acima do peso
Esse é um dos maiores equívocos sobre a doença. Embora muitas pacientes com lipedema também estejam com sobrepeso, o acúmulo de gordura causado pelo lipedema não está diretamente relacionado ao excesso de peso.
Pessoas magras também podem desenvolver a condição, já que o lipedema tem origem multifatorial, envolvendo aspectos genéticos e hormonais. Por isso, é importante não confundir o lipedema com obesidade, gordura localizada ou celulite.
Mito 2: Emagrecer pode curar o lipedema
Como o lipedema tem sua origem em fatores genéticos e hormonais, a perda de peso não vai resolver o problema. Ela é sim importante no tratamento, ajuda a melhorar sintomas e a qualidade de vida, mas não cura o lipedema nem elimina os depósitos de gordura lipedêmica. Isso porque essa gordura é resistente ao emagrecimento, mesmo com dieta e exercícios.
Existe sim uma dieta específica (anti-inflamatória) indicada para aliviar os sintomas e ajudar no controle da doença, mas ela é parte do processo.
O tratamento do lipedema vai além da perda de peso e deve ser individualizado, incluindo acompanhamento médico, drenagem linfática, compressão, fisioterapia, exercícios físicos adequados e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.
Mito 3: Quem tem lipedema não pode fazer exercício físico

Pelo contrário! A prática de atividade física é altamente recomendada para quem tem lipedema, pois melhora a circulação, reduz o inchaço e ajuda no controle da dor.
No entanto, há exercícios mais indicados, como os de baixo impacto:
Natação, hidroginástica, bicicleta leve reduzem a sobrecarga nas articulações e melhoram o fluxo linfático, ajudando a diminuir o inchaço e a sensação de peso nas pernas.
Pilates é uma alternativa para ajudar na mobilidade, na flexibilidade, no alongamento, além de fortalecer os músculos, o que ajuda no controle da dor, na manutenção da massa muscular e reduz o risco de lesões.
Já a musculação e o funcional também podem ser uma opção, de preferência, com treinos de força moderados, para não sobrecarregar as articulações. Eles têm como objetivo fortalecer a musculatura e acelerar o metabolismo, ajudando no emagrecimento e no aspecto estético.
Mito 4: Só a cirurgia plástica resolve
Isso não é verdade! A cirurgia (geralmente a lipoaspiração tumescente ou assistida por laser e ultrassom) pode ser indicada em casos mais avançados ou quando o tratamento clínico não traz alívio suficiente dos sintomas. No entanto, ela não é a única solução.
O meu foco inclusive é o tratamento conservador! No consultório, trabalhamos com um protocolo específico para controlar a progressão da doença, aliviar os sintomas e melhorar o aspecto estético.
Mito 5: Lipedema tem cura
O lipedema é uma doença crônica, ou seja, não tem cura definitiva até o momento. Apesar disso, os tratamentos têm evoluído bastante, principalmente, quando consideramos a individualidade de cada paciente e quando ela recebe o diagnóstico correto o quanto antes!
Isso permite controlar os sintomas, retardar a progressão, melhorar o aspecto estético e a qualidade de vida.
Existem diferentes abordagens conservadoras que mostram resultados muito satisfatórios, como protocolos hormonais, medicamentosos e suplementares, além de novas terapias físicas e estéticas.
O que você precisa saber sobre o lipedema
O lipedema ainda é cercado de desinformação, o que dificulta o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos eficazes. Então, se você desconfia daquela gordura que nunca sai, dos hematomas frequentes, inchaço, sensação de peso e sensibilidade aumentada, é hora de investigar com um especialista.
Eu atendo inúmeras pacientes com lipedema e temos conseguido excelentes resultados no controle dos sintomas, na progressão da doença e na melhora estética.
Vamos conversar? Me mande sua dúvida pelos comentários ou entre em contato!
Um abraço,
Dr. Gabriel Magalhães
Médico CRM RJ-1040731 SP-219487
Especialista em Medicina da Família RQE-134280
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