O que melhora o lipedema? E o que piora?

Cada vez mais eu busco esclarecer questões sobre o lipedema, porque sei que é uma doença que ainda gera muitas dúvidas. E hoje, eu quero falar sobre o que melhora o lipedema e o que piora.

Por ser uma doença crônica, inflamatória e de origem hormonal, o lipedema tem diferentes gatilhos, que favorecem a sua evolução. E é agindo sobre eles que conseguimos controlar a progressão.

Se você convive com esse diagnóstico ou suspeita de lipedema, entender esses fatores pode fazer toda a diferença na sua qualidade de vida. Então, vamos lá: o que melhora o lipedema?

O que melhora o lipedema

Embora o lipedema não tenha cura, há muito o que podemos fazer para melhorar os sintomas e a estética, que também incomoda muito, não é?

Os tratamentos atuais são cada vez mais eficazes. A chave é adotar uma abordagem multidisciplinar, respeitando a individualidade de cada paciente.

1. Dieta anti-inflamatória

Não dá para escapar: a alimentação é um dos pilares no tratamento. Uma dieta anti-inflamatória rica em vegetais, fibras, antioxidantes e ômega 3 pode ajudar a reduzir o ambiente inflamatório do organismo, tão característico do lipedema.

✔️ Priorize:

• Peixes ricos em ômega 3 (salmão selvagem, atum, cavala e sardinha)

• Vegetais verde-escuros

• Gorduras boas: azeite de oliva extravirgem, sementes e castanhas

• Frutas vermelhas

• Alimentos ricos em fibras: diversifique a salada!

Dietas low carb ou cetogênica, quando bem orientadas, também podem ser benéficas para controlar a inflamação e melhorar os sintomas.

2. Exercícios físicos de baixo impacto

A atividade física vai ajudar a melhorar a circulação, reduzir o edema e promover bem-estar. Mas tem um detalhe importante: o ideal é praticar exercícios de baixo impacto, que não sobrecarreguem as articulações.

✔️ São recomendados:

• Caminhadas

• Hidroginástica

• Natação

• Bicicleta ergométrica

• Pilates e yoga

• Musculação com cargas leves e bem orientadas

3. Terapias associadas

Existem tratamentos auxiliares importantes que melhoram o lipedema:

• Drenagem linfática especializada: melhora a circulação, reduz o inchaço e o desconforto.

• Meias de compressão: ajudam a conter a retenção de líquidos e aliviam a sensação de peso nas pernas.

• Ondas de choque extracorpóreas (ESWT): melhoram a circulação e reduzem as fibroses.

• Criolipólise adaptada: ajuda na redução da gordura localizada.

4. Equilíbrio hormonal

Como o lipedema possui forte relação com os hormônios, principalmente o estrogênio, manter a saúde hormonal equilibrada é essencial. Precisamos:

• Avaliar disfunções hormonais, principalmente, a predominância estrogênica;

• Planejar, se necessário, reposição ou modulação hormonal;

• Dar suporte para menopausa ou perimenopausa, fases em que o lipedema pode piorar.

Lembrando que tudo deve ser feito com acompanhamento médico ;)

5. Suplementação nutricional

No tratamento do lipedema, também é válido considerar suplementos que auxiliam no combate à inflamação crônica, estresse oxidativo e no suporte ao sistema linfático:

• Ômega 3

• Curcumina

• Resveratrol

• Vitaminas C, D e E

• Dimpless, Morosil

• Enzimas (Bromelina e Papaína)

• Flavonoides, Picnogenol

E claro, sempre consulte um profissional antes de iniciar qualquer suplementação!

E o que piora o lipedema?

Assim como há fatores que ajudam a controlar o lipedema, existem hábitos que acionam os gatilhos (que comentei lá no início, lembra?), favorecendo sua progressão e piorando os sintomas:

Sedentarismo

A falta de movimentação compromete a circulação e agrava o edema. E como falei anteriormente, o ideal é evitar exercícios de alto impacto, pois eles podem aumentar o desconforto e o inchaço, causar microtraumas nos tecidos afetados, aumentar o risco de hematomas e lesões.

Alimentação inflamatória

Dieta rica em açúcares, farinhas refinadas e produtos ultraprocessados aumenta a inflamação e pode agravar os sintomas do lipedema.

Ganho de peso

Embora o lipedema não seja causado por obesidade, o ganho de peso excessivo piora o quadro e dificulta o controle dos sintomas. 

Desequilíbrio hormonal

O lipedema tem um fator hormonal importante. A condição costuma surgir ou piorar na puberdade, gestação e menopausa, fases em que há oscilações hormonais significativas.

É preciso também avaliar desequilíbrios como a predominância estrogênica e realizar terapias hormonais somente com acompanhamento médico.

Predisposição genética

O fator genético é bastante relevante no surgimento e piora do lipedema. Se alguém na sua família tem, principalmente mãe e irmã, os riscos são maiores.

Recapitulando, o que melhora o lipedema é…

O que melhora o lipedema é um conjunto de cuidados que envolvem alimentação, atividade física, terapias auxiliares adequadas e, acima de tudo, um cuidado individualizado. Não existe solução mágica, mas sim um caminho construído com consistência e informação.

Aqui no consultório, eu atendo mulheres em vários estágios do lipedema, e temos conseguido excelentes resultados com tratamentos personalizados. É possível viver bem com a doença sim! 

Se esse conteúdo te ajudou, compartilhe com outras mulheres que também merecem esse cuidado!

Até a próxima, 

Dr. Gabriel Magalhães

Médico CRM RJ-1040731 SP-219487

Especialista em Medicina da Família RQE 134280